Quando se é adolescente nem passa pela cabeça que, algum dia, você vai dizer “há 20 anos atrás eu..”. Mas o tempo é cruel e, mais do que isso: passa muito rápido. Este ano, diversos grandes lançamentos completam duas décadas. Nada mais justo que, ao longo do ano, relembrar esses álbuns que foram tão importantes para a história da música e ao mesmo tempo fazer uma justa homenagem.
15. Seal – SealUma das melhores estréias de um artista pop, o álbum Seal estreou no top das paradas britânicas e, não bastando, abocanhou o Grammy de Melhor Álbum Britânico no ano seguinte.
Singles: Crazy, Future Love Paradise, The Beggining, Violet e Killer.
Destaque para Crazy
14. Slave to the grind – Skid RowSebastian Bach sempre teve o punk hard rock em suas veias mas as power ballads, que associado ao seu visual andrógeno sensual, se tornou as preferidas das meninas. Porém Bach queria mais. Podia mais. E gravou Slave to The Grind, álbum forte, com baladas que falam de dores humanas ao invés de amores perdidos. Um trabalho bastante denso e com muitas referências sociais. Disparado, o melhor álbum do Skid Row. Chegou ao primeiro lugar no top 200 da Billboard.
Destaque para Wasted Time
A música pode não ser a melhor do álbum mas é uma das mais comoventes pois fala da dor de um amigo ver outro se acabando nas drogas.
13. Temple of The Dog (álbum)Indiscutivelmente Nevermind foi o álbum que apresentou o Grunge, enclausurado nos limites de Seatle, ao mundo. Porém o projeto Temple of The Dog é um marco de relevância dentro desse movimento. Ninguém havia se dado conta de como as coisas funcionavam realmente e nem quem eram ou seriam os grandes nomes do grunge, mas o projeto, que não passou desse álbum, uniu integrantes de três nomes essenciais do período: Chris Cornell (Soundgarden), Eddie Vedder (Pearl Jam) e integrantes do Mother Love Bone que estavam tentando seguir após a morte do vocalista Andrew Wood, além de outros membros dessas bandas. O álbum, lançado em 16 de abril de 1991, figura entre os mais importantes dos anos 90. Com vocais e letras fortes e arranjos harmoniosos, a power band mostrou a beleza do grunge de maneira que nem uma dessas bandas conseguiu repetir.
Singles: Hunger Strike, Say Hello to Heaven e Pushing Foward Back.
Destaque para Hunger Strike
A música foi escrita pelo então jovem e promissor vocalista Chris Cornell e os vocais divididos com seu amigo Eddie Vedder. Os vocais dessa música que fala sobre desigualdade social, segundo Cornell revelou anos mais tarde, foi construído meio que instintivamente, o que rendeu uma das canções mais bonitas dos anos 90. Inicialmente o álbum vendeu 70 mil até o povo se tocar que dele faziam parte todos esses figurões e levar o trabalho à certificação de platina nos Estados Unidos.
12. Stranger in this Town – Richie SamboraO tempo estava fechando no grupo Bon Jovi: depois de uma longa turnê para divulgar o álbum New Jersey, a banda decidiu parar. Não tinha muita escolha: ou parava ou acabava de vez. Decidiram dar um tempo. Nesse tempo Jon Bon Jovi se aventurou pela primeira vez no cinema (em uma participação que durou menos de um minuto) e fez a rentável trilha do filme Jovem Demais Pra Morrer II. Richie Sambora apostou em sua alma de bluesman e decidiu escrever parte de sua biografia lançando o redondinho Stranger in This Town. Pode não ter mudado a história da música mundial, como sugere esse post, mas colocou Sambora entre os mais respeitados artistas solos integrantes de banda do mundo. Alcançou o 20º lugar nas paradas britânicas mas é um dos melhores álbuns daquela década, do principio ao fim. Conta com a participação de Eric Clapton.
Singles: Stranger in this town, Ballad of youth.
Destaque para Stranger in this town
11. Out of time – R.E.MEm 8 de março de 1991 o mundo conheceu o sétimo álbum da, então alternativa, R.E. M. O trabalho ficou 109 semanas nas paradas americanas e 183 nas britânicas. Quatro vezes platina nos EUA e até hoje, mais de 16 milhões de discos vendidos no mundo todo. Recebeu seis nomeações para o Grammy de 1992 e levou três. O álbum mais importante da carreira da banda.
Singles: Losing My religion, Shinny Happy People, Near Wild Heaven e Radio Song.
Destaque para Losing my religion
Lançada em fevereiro de 1991, a música foi número em diversos países. “Eu queria escrever uma canção clássica sobre obessão. Então eu fiz”, foi o que declarou Michael Stipe. Embora o clipe esteja cheio de simbolos religiosos, a banda jura de pés juntos que a letra nada tem a ver com religião mas sim com amor não correspondido e perda da fé em uma pessoa.
10. No More Tears – Ozzy OsbourneO Senhor das trevas estava de volta. Enquanto Guns n’ Roses se esbaldava com o lançamento de seus dois álbuns duplos, Use Your Illusion, em setembro de 1991, Ozzy lançava seu álbum número seis, destacando cinco singles e colocando quatro no Top 10 das paradas dos Estados Unidos. Três anos depois do lançamento do álbum, I don’t wanna change the world deu a Ozzy o Grammy de Melhor Perfomance de Metal.
Singles: No More Tears, Time After Time, Road to Nowhere, Mr. Tinkertrain e Mama, I’m Coming Home.
Destaque para No More Tears
9/8 – Use Your Illusion I e II – Guns n’ Roses Mais do que um álbum, um projeto que consolidou Guns n’ Roses no Hall da Fama do Hard Rock internacional definitivamente. Com uma capa que nem de longe lembrava o grande pé na porta que foi Appetite for Destruction e uma sonoridade mais harmônica e letras mais introspectivas, o Guns apresentou em quatro vinis, que compunham dois álbuns duplos lançados em setembro de 1991, Use Your Illusion I e II.
Use I vendeu, em apenas uma semana, mais de 680 mil cópias apenas nos Estados Unidos e, no mesmo período, Use II, 770mil. Os dois juntos alcançaram a marca de mais de 58 milhões de cópias vendidas no mundo inteiro sendo que o preferido foi o segundo álbum superando em dois milhões de cópias o primeiro que tem a marca de 28 milhões de álbuns vendidos.
Singles de Use Your Illusion I: Dead Horse, Don’t Cry, Live and Let and Let Die e November Rain.
Singles de Use Your Illusion II: You Could Be Mine, Knockin’ on Heaven’s Door, Yesterdays, Civil War e Estranged.
Destaques para November Rain…
A segunda canção mais longa do álbum (a primeira é Coma), ganhou um vídeo à altura, que lhe rendeu o MTV Award de Melhor Fotografia. Com solos de guitarras e uma base de piano impecáveis, tocada pelo próprio Axl, entrou pela porta da frente como um dos clipes mais caros da história, US$1,5 milhão. Registro de um dos relacionamentos fracassados de Axl (a “noiva” é sua então namorada Stephanie Seymour) é considerada – porém não oficialmente confirmada – a primeira parte de uma trilogia de clipes formada por Don’t Cry e Estranged.
… e Knockin’ on a Heaven’s Door
Uma das mais conhecidas canções de Bob Dylan ganhou essa que pode ser considerada a versão definitiva embora já tenha sido regravada por dezenas de artistas dentre os quais, Eric Clapton, Bon Jovi, Avril Lavigne e aqui no Brasil até por Zé Ramalho. Assim como Live and Let Die (Paul McCartney & Wings) e, alguns anos mais tarde, Sympathy for the Devil, dos Stones, Guns honrou mais essa versão transformando-a em um clássico paralelo.
7. Innuendo – QueenUm álbum que carrega uma carga extra de emoção em cada faixa. Lançado em fevereiro de 1991, o trabalho foi o catalizador das angústias de Freddie Mercury que viria a morrer, vítima de AIDS, nove meses depois. Um álbum que muito mais do que a morte eminente de um dos maiores vocalistas de todos os tempos (se não, o maior), registrava a vida vivida intensamente por Mercury e a continuação de seu legado depois que partisse. Soa triste por ser uma espécie de testamento, mas é sem dúvida, um dos mais importantes da história da música. A estimativa de venda está em 11 milhões de cópias.
Singles: Innuendo, I’m going Slightly Mad, Headlong, The Show Must Go On e There are the days of Our Lives
Destaque para These Are the Days of Our Lives
Quando se lembra de Innuendo, o primeiro clipe que nos vêem à cabeça é The Show Must Go On que se tornou ao mesmo tempo, uma viagem pela carreira da banda e um ótimo produto para a divulgação do álbum Greatests Hits II, lançado em outubro de 1991. Mas o single These Are the Days of Our Lives e o vídeo é a despedida de Mercury do cenário musical. Magro e visivelmente debilitado pela doença, Freddie Mercury reuniu suas forças para sair de cena em grande estilo. Maquiado, gracioso e com uma voz poderosa, como sempre. Bela canção, belo vídeo, bela lembrança.
6. Dangerous – Michael JacksonDizer que esse álbum mudou somente a história da música é menosprezar a grandeza da obra. Além de ser um marco na carreira do multipremiado Rei do Pop, assim como aconteceu com Thriller, nove anos antes, os clipes provenientes dele mudaram o conceitos audiovisuais. Michael Jackson além de fazer clipes como conhecemos, protagonizou curtas metragens com bons enredos, artistas consagrados e efeitos especiais de última geração.
Dangerous rendeu a Michael o maior contrato já pago a um artista por um álbum na história da música. O valor de mais de US$ 1bi pago pela Sony Music ainda não foi superado. O álbum está entre os mais vendidos do mundo somando quase 40 milhões de cópias.
Singles: Black or White, Remember The Time, In The Closet, Jam, Who Is It, Heal The World, Give in To Me, Will You Be There, Go Too Soon.
Destaque para Black or White
Mais que um clipe, um curta metragem que, originalmente, tinha 10 minutos. Os últimos quatro causou polêmica por mostrar um Michael Jackson agressivo o que levou a MTV e outras emissoras cortarem essa parte. Não é a toa que o sucesso e – dada as devidas proporções – a tecnologia usada no vídeo é semelhante ao impactante Thriller já que o diretor é o mesmo: John Landis. O vídeo tem a participação da então sensação mirim dos cinemas Macaulay Culkin. Um dos maiores sucessos da carreira de Michael, sob uma das tecnologias mais avançadas para a época.
5. Metallica – MetallicaNo dia 13 de Agosto de 1991 o mundo conheceu um dos maiores álbuns do Metallica que, embora fora batizado com o nome da banda é mais conhecido como o “álbum preto”. Resultado da tentativa de simplificar as músicas da banda para serem tocadas ao vivo, o álbum, produzido por Bob Rock, alcançou a incrível marca de mais de 15 milhões de álbuns vendidos ao longo desses 20 anos, só nos EUA. Some a isso mais de 10 milhões de cópias em outros países.
Singles: Enter r Sandman, Sad But True, Nothing Else Matters, Wherever I May Roam e The Unforgiven.
Destaque para Enter Sandman
O vídeo foi dirigido por Wayne Isham, que já assinou clipes de artistas como Bon Jovi, Michael Jackson, Janet Jackson, Roxette, Mötley Crüe, Britney Spears, Whitesnake, David Cook, Simple Plan, Avenged Sevenfold, Pantera entre outros. Foi indicado a três categorias no MTV Music Awards, de 1992, e levou o prêmio de Melhor Vídeo de Hard Rock daquele ano.
4. Achtung Baby – U2Como acontece de tempos em tempos, o U2 se reinventou mais uma vez com Achtung Baby em 19 de novembro de 1991. Gravado na Alemanha, o álbum é mais uma cria do aclamado produtor Brian Eno. Além da sonoridade que o álbum carrega, diferente de tudo o que U2 havia feito até então, o álbum foi um bom pretexto para que o planeta assistisse a um dos maiores espetáculos da Terra, a Zoo TV Tour, que surpreendeu o mundo com um aparato tecnológico desenvolvido especialmente para o quarteto irlandês.
Singles: The Fly, Mysterious Ways, One, Even Better than the Real Thing e Who’s Gonna Ride Your Wild Horses.
Destaque para One
Considerada como a melhor música do século, One é um marco na história do U2. Ganhou três versões de vídeos uma muito diferente da outra, porém a usada para a divulgação da música até os dias de hoje é a One – Bar Version.
3. Blood Sugar Sex Magik – Red Hot Chilli PeepersLançado em setembro de 1991, Blood Sugar Sex Magik é uma mistura do que havia de melhor na cena contemporânea. Rick Rubin, produtor do álbum, já tinha colocado seu talento em aproximadamente 20 álbuns de artistas que iam de Beastie Boys a Slayer. Este álbum é uma mistura de ritmos e sentimentos que percorrem as 17 faixas do trabalho. A banda vai da energizante Give it Away à calmaria de Under The Bridge, passando por My Lovely Man que é uma homenagem ao ex-guitarrista Hillel Slovak, que morreu de overdose em 1988, aos 26 anos.
Singles: Give it Away, Under The Bridge, Suck My Kiss, Breaking the girl, If you Have To Ask.
Destaque para Give it Away
Dirigido pelo francês Stéphane Sednaoui, o vídeo teve um custo de 140 mil dólares. O investimento rendeu à banda três indicações ao MTV Awards de 1992 e venceu duas: Vídeo Revelação e Melhor Direção de Arte.
2. Ten – Pearl JamGosto muito, mas muito mesmo, de todos os álbuns dessa lista mas confesso que tenho um caso de amor com Ten, o cartão de visitas do Pearl Jam, lançado em agosto de 1991. Tudo porque o álbum é tão redondinho quanto um samba de enredo. Retrata os dramas pessoais de Eddie Vedder e conta histórias que podem ser de qualquer pessoa em qualquer fase da vida. Por essa razão, Ten está presente em mais de 9,8 milhões de lares americanos. Vai do rock viceral de Even Flow a baladas singelas e desesperadas como Black.
Singles: Alive, Even Flow, Once e Oceans.
Destaque para Alive
Ficou difícil escolher um único destaque desse álbum mas Alive levou a melhor por ter sido a opção mais acertada já tomada pela banda ao escolher um single que apresente seu trabalho. A história retrata, em parte, o drama pessoal de Eddie Vedder que descobriu que o pai que ele pensava ter na verdade era seu padrasto e que o seu pai biológico estava morto. Parte da história narra cenas fictícias de um relacionamento entre mãe e filho. É a primeira parte de uma trilogia que inclui Once e Footstep (lançada no single de Jeremy). Vedder costuma dizer que com o passar dos anos, ao ver a platéia cantar o refrão de Alive, para ele, o significado inicial mudou. Quem já cantou essa música em voz alta entende bem o que ele quer dizer…
1. Nevermind – NirvanaPra mim, o álbum mais importante dos anos 90. Um divisor de águas. Enquanto New Kids On The block dançava e cantava o amor adolescente incondicional, no norte dos Estados Unidos um novo movimento mostrava que o mundo não era uma caixa de morangos. Amor e Ódio eram misturados nas mesmas proporções em canções que criticavam à sociedade, falavam de fantasmas pessoais, família, religião e de tudo mais que viesse pela frente com a força – e não raras as vezes – a fúria de um tornado. A esse movimento, de sons às vezes sujo e às vezes harmonioso, se deu o nome de Grunge o qual grandes bandas como Soundgarden, Alice in Chains, Pearl Jam e Nirvana levaram para muito além das fronteiras da maior cidade do Estado de Washigton.
Spencer Elder, o bebezinho pelado na capa de Nevermind, é sem dúvida o símbolo maior desse contexto. O álbum vendeu mais de 26 milhões de álbuns, sendo 11,5 milhões apenas nos Estados Unidos. Em 24 de setembro de 1991 o mundo não se deu conta de que nascia uma obra que mudaria as influências do rock para sempre. Tanto que a Rolling Stone americana não percebeu a grandeza do álbum e previu o seu fracasso. Quase 15 anos depois, a mesma revista fazia o mea culpa publicando em um livro a carta do crítico na qual praticamente pedia desculpas ao mundo por tamanha blasfêmia.
Singles: Smells Like Teen Spirit, Come As You Are, In Bloom, Lithium.
Destaque para Smells Like Teen Spirit
A frase que é inspirada em uma famosa marca de desodorante da título a uma das mais importantes músicas do século. Uníca música do álbum que deixou que a composição, que estava a cargo de Kurt Cobain, fosse divida com os demais membros da banda Krist Novoselic e Dave Grohl (Foo Fighters). O vídeo é o primeiro trabalho do diretor Samuel Bayer que depois trabalhou com bandas do mainstream como Green Day, Ramones, My Chemical Romance e The Strokes. A música, com raras exceções, aparece em todas as listas de melhores / mais importantes canções dos anos 90, não raras às vezes, ficando em primeiro lugar.
FONTE: http://www.paraiba.com.br/2011/07/13/15915-nirvana-pearl-jam-metallica-e-mais-20-anos-de-15-albuns-que-mudaram-o-rock
Creditos: mjfanforum.forumotion.com