Por Joanice de Deus (repórter)
Há 20 anos, a música “We are the World” reunia cantores como Michael Jackson e Lionel Richie em prol das vítimas da fome na África Sul. Mais recentemente, em agosto passado, foi lançada nas redes sociais uma campanha em que alguns dos principais astros da música internacional como Lady Gaga e Paul McCartney conclamam seus fãs a doarem dinheiro para ajudar as milhares de famílias que passam fome naquele País.
Ainda assim, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 12 milhões de pessoas estão ameaçadas pela falta de comida no chamado Chifre da África. Do total, 3,6 milhões na Somália. Infelizmente, muitos já morreram e continuarão a morrer. São cerca 963 milhões de pessoas, conforme estimativa da ONU, que não têm o que comer no planeta.
Felizmente, ações humanitárias – mesmo que poucas ou insuficientes - estão conseguindo amenizar o sofrimento e mudar o destino das inúmeras vítimas da desigualdade social. Nesta semana, a história do bebê Minhaj Gedi Farah, hoje com 10 meses, ganhou destaque nos noticiários nacionais e locais.
As publicações revelam que o pequeno Minhaj se tornou símbolo da fome que devasta a Somália, quando há três meses uma foto do garoto chocou o mundo. Com sete meses, ele pesava apenas 3,2 quilos. Ficou internado em estado grave no campo de Dadaad, no Quênia, para onde muitos fogem da crise humanitária. Hoje, está com oito quilos, considerado normal para os bebês da sua idade.
As duas fotos divulgadas por alguns dos noticiários, uma em que Minhaj aparece esquelético e, a outra, com ele já recuperado e gordinho, enchem os olhos de lágrima de qualquer pessoa. Mostram que, felizmente, Deus ainda não perdeu a esperança no homem.
Mesmo que através de foto é possível enxergar a vida, cheia de brilho, de esperança, forte nos olhos (plagiando a música “Nos olhos da criança” do padre Fábio de Melo) do garoto Minhaj. Que ele cresça forte e que possa ajudar seus irmãos somalis.
A história de Minhaj e de tantas outras pessoas que passam fome pelo mundo, inclusive no Brasil, deveria servir de exemplo para todos nós. Mostra que podemos ser melhores, mais humanos ou pelo menos tentar parar de reclamar tanto da vida.
Diário de Cuiabá