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We Are The World - Entrevista com os artistas - Reportagem de 1985

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*Mari*

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We Are The World - Entrevista com os artistas - Reportagem de 1985 Empty
MensagemAssunto: We Are The World - Entrevista com os artistas - Reportagem de 1985 We Are The World - Entrevista com os artistas - Reportagem de 1985 Icon_minitimeTer Mar 08, 2011 2:44 am







We Are The World - Entrevista com os artistas - Reportagem de 1985 Jet_apr85c
JET Magazine, 8 de abril de 1985

Quando o cantor/compositor
Michael Jackson recebeu num dia uma ligação de Lionel Richie, antigo
líder do The Commodores que costumava abrir os shows do Jackson 5, ele
se surpreendeu duplamente.


Primeiro, Richie o contou que
iria produzir seu primeiro álbum para o astro do country, Kenny Rogers.
Segundo, Jackson se surpreendeu porque seu amigo de longa-data o queria
como backing vocal para sessão de gravações.


Richie brincou mais tarde: "Nós
decidimos que se nunca fizermos outro sucesso, podíamos sempre ganhar
$100,000 por ano fazendo backing vocals."


Desde aquela sessão de gravações, o cantor líder dos Jacksons se tornou o artista solo de maior sucesso do mundo com seu álbum Thriller,
que já vendeu cerca de 40 milhões de cópias, e Richie se estabeleceu
como um cantor/compostior de álbuns solo que o fizeram ganhar Grammys e
prêmios no American Music Awards, enquanto vendia em torno de quatro
milhões de cópias por LP lançado.


Então era inevitável que ambos
se juntassem novamente em um projeto musical. Os dois bons rapazes, aos
pedidos do cantor Harry Belafonte, com a ajuda do empresário de Richie,
Ken Kragen e a operação suave do produtor Quincy Jones, se juntaram no
que pode acabar se tornando o projeto musical mais rentável de todos os
tempos.


Eles co-escreveram um sucesso, We Are The World, que foi gravado por 45 dos maiores nomes da indústria fonográfica dos Estados Unidos, sob o nome de USA for Africa.
O single de sucesso já está faturando milhões para as vítimas da fome
na África e no momento em que o grupo lançar o álbum e video We Are The World contendo o sucesso, as vendas podem alcançar algo em torno de até $50 milhões.


Belafonte, um artista e
ativista social, é creditado por ser a força motora por trás do projeto
musical e ele disse que um filme o motivou a agir. "Eu estava assistindo
a um filme não a muito tempo sobre a África sub-saariana: Mali, Chad, o
Sudão, Etiópia," ele disse. "Depois que você ve as fotos e ouve as
vozes dessas pessoas, é muito difícil dormir, é muito difícil prosseguir
como se nada tivesse acontecido." Então ele viu o esforço musical do
Band Aid para ajudar as vítimas da fome e disse, "Eu simplesmente
pensei, 'Por que não aqui?'


Belafonte entrou em contato com
Kragen, que trouxe à atenção de Richie. Richie ficou tão ansioso que
imediatamente ligou para Quincy Jones, que concordou em produzir a
gravação. Jones então contactou Jackson e foi decidido que o popular
cantor/compositor co-escreveria uma nova canção para o projeto.


Richie e Jackson discutiram a
idéia durante jantares de comida saudável, tendo sido três deles na casa
de Jackson. Finalmente, Richie apareceu com uma melodia e algumas
letras. Jackson escutou e Richie foi embora. Na mesma noite, Jackson
terminou a canção e eles a nomearam: We Are The World.


Com a canção, Kragen assumiu o
papel de recrutador de talentos. Ele queria "os artistas de maior
sucesso nas paradas," ele relembra. Ele começou sua tarefa de montar o
"creme do talento pop americano" e estava pronto para gravar em 28 de
janeiro. A sessão começou por volta das 10 da noite, duas horas depois
da conclusão da transmissão do American Music Awards, que foi
apresentado por Richie. Um número dos artistas do USA for Africa também
estiveram presentes na premiação. Sob a direção do maestro Jones, todos
os 45 cantores começaram a sessão que terminou no dia seguinte, às 8 da
manhã.


"Foi uma honra para mim
co-escrever uma canção que, espero, irá afetar o mundo," um cansado
Michael Jackson disse quando deixava a sessão com seu empresário, Frank
Dileo.


Enquanto repórteres corriam
para conseguir entrevistas, Dileo protegia Jackson na saída do estúdio
A&M, dizendo: "Deixe a canção falar por si mesma. Ele não escreveu
por publicidade. Ele escreveu para ajudar os famintos." Mais tarde, o
empresário de Jackson contou à JET: "Eu fiquei feliz por Michael
escolher fazer algo assim entre seus lançamentos futuros. Eu acho que
seu entusiasmo foi transmitido por toda a sessão. Michael foi o primeiro
a chegar depois de Quincy," Dileo apontou.


Richie reagiu à sessão dizendo:
"Foi uma noite muito tocante. Eu entrei no estúdio como um fã e eu
tenho certeza que com muitos foi assim, também. Era um estúdio cheio de
gente querendo o autógrafo um do outro. Mas o tema mais importante da
noite, eu acredito, está na letra da canção: 'Há pessoas morrendo.' Toda
artista aqui está compromissado em fazer algo em relação a isto."


As seguintes declarações de artistas que participaram de We Are The World foram editadas de entrevistas:

Harry Belafonte: "Eu não acredito que a maioria das pessoas do
mundo sabiam sobre o desastre na África. As pessoas que sabiam eram os
oficiais do governo, eram pessoas de altos cargos, que têm acesso à
informação. E eu penso que ao invés de responder ao que está acontecendo
na África e tentar ajudá-la, em nome da humanidade, as pessoas viram
uma oportunidade de manipular as condições da África para fins políticos
ou metas ideológicas. E eu penso que aí reside a grande tragédia
humana."

Ray Charles: "Para mim, (a sessão) é uma grande oportunidade para
contribuir a uma causa linda, uma causa maravilhosa. Estou honrado por
ter sido convidado para fazer parte dela... todas as pessoas aqui são
grandes em seu próprio mérito, e eu estou feliz por poder vê-las; a
gente não se vê muito. Eu estou animado por estar aqui com elas assim
como elas estão animadas por estarem aqui comigo."

Bob Dylan: "As pessoas estão passando fome... estão morrendo, e
estão sendo tratadas de maneira injusta. Nós podíamos fazer mais - nós
devemos fazer mais,"

James Ingram: "Para mim, o momento mais pungente da noite foi
quando as duas senhoras etíopes conversaram com todos os artistas, nos
contando em Swahili o quão agradecidas elas estavam por nós estarmos
juntos para ajudar as pessoas que sofrem. Lágrimas escorreram pelos meus
olhos, e nos de muitos outros, também..."

Marlon Jackson: "Eu estava animado por estar envolvido - não por
causa de quem estava lá, mas pelo que eu estava fazendo. Me faz sentir
bem por dentro poder contribuir para algo como isto; eu apenas queria
que tivéssemos feito isto antes... eu acho que as pessoas vão comprar o
disco por conta de quem está nele, primeiramente; mas assim que elas
escutarem a canção, vão começar a pensar sobre o que está acontecendo no
mundo."

Quincy Jones: "Ninguém podia acreditar que estavam todos lá,
juntos na mesma sala naquela noite. A sinergia era tão forte - muito
poderosa. Para mim, foi um Woodstock da idade espacial. Woodstock teve
250,000 pessoas e um filme, mas provavelmente serão um bilhão e meio de
pessoas que verão isto, e sentirão esta energia. É apenas uma questão de
como você a captura."

Cyndi Lauper: "Eu me envolvi depois que Bob Geldof conversou
comigo sobre o projeto (Band Aid); eu queria apoiar o que Lionel e
Michael estavam fazendo, e eu queria ajudar a comunidade artística a
fazer algo positivo. Música é tão universal, qual seja o gênero; a idéia
de um mundo é universal, também, e também a idéia de que as pessoas
estão passando fome, é a nossa tarefa enquanto artistas tentar e fazer
algo para ajudar."

Kenny Rogers: "A coisa que eu mais me lembro (sobre a sessão) era
olhar ao redor da sala e perceber a quantidade de talento que estava
representada lá, e assistindo as atitudes das pessoas envolvidas em algo
que ultrapassava gostos e gêneros musicais. É que estas pessoas
realmente se importam - elas são como quaisquer outras..."

Diana Ross: "Eu fiquei feliz por ser incluída (na sessão). Eu
sinto que estamos nos deslocando em direção à compaixão, no que está
acontecendo com o mundo hoje. Eu acho que cada indivíduo no mundo,
especialmente nos Estados Unidos, quer contribuir. E você pode fazer a
diferença - uma pessoa pode fazer a diferença. Você não deve pensar que
não pode fazer alguma coisa."



Fonte: Arquivo-MJ

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