Pobres das pessoas que não compreendem isto!
Eu não compreendia, até ano passado. Eu tinha minha ídola, J.K. Rowling, mas sinceramente o que sei sobre ela é estritamente sobre sua carreira, seu estilo como escritora. A minha admiração por ela é uma coisa de artista para artista, de escritora para escritora. Eu a respeito como a uma mestra, mas o sentimento para por aí. Não sei nem se posso me dizer "fã" dela; acho que os verdadeiros fãs me chamariam de poser. E, agora, eu não ousaria tirar a razão deles.
Eu costumava zombar dos fãs. Eu os chamava de "malucos", dizia que desperdiçavam suas vidas com "esse monte de besteira". "Ficar correndo atrás de artista, lendo sites de fofoca, procurando fotos, seguindo no Twitter e gastando milhares com objetos relacionados a ele? Ah, me poupe! Bando de lunáticos!" Era mais ou menos isso. Pobre de mim!
E aí Michael veio, e chegou quebrando todos os meus preconceitos. Ele chegou e simplesmente me fez entrar em contradição comigo mesma. Ele se tornou a exceção de todas as minhas regras e, finalmente, extinguiu todas as minhas regras.
Ah! Queria eu ter conhecido este sentimento antes! Queria eu ter tido essas experiências tão sublimes! Queria eu, queria eu...
A relação fã/artista é algo que só nós compreendemos.
Eu gosto de descrevê-la como "um dos mais sublimes tipos de amor". Digo isso porque é um amor incondicional. Nós nunca vimos a pessoa, nunca trocamos uma palavra com ela, e provavelmente nunca chegaremos a conhecê-la. Às vezes, ela mora "do outro lado do mundo". Às vezes, nem está mais neste mundo. Mas isso não impede que sintamos o que sentimos. Não impede que choremos quando ela chora e que riamos quando ela ri. Não impede que façamos loucuras por ela. Não importa que sintamos por ela algo que não sentimos por muitas pessoas que estão próximas.
E mesmo conhecendo
tudo sobre ela, o que inclui seus defeitos, nós a amamos.
É esse sentimento forte, o amor perfeito, que inclui em nossos sonhos o sonho de outra pessoa, e mais!: o sonho de uma pessoa que nunca vimos!
E, o principal, o que para mim coloca o amor de fã como um dos mais perfeitos que existem: os fãs não esperam nada em troca. Não há interesse. Quero dizer, o artista nos dá sua arte em troca, mas fã que é fã mesmo continua acompanhando o ídolo mesmo depois do fim de sua carreira. Mesmo que ele não lance nada novo. Como eu disse, não há interesse. É apenas amor. Puro e simples amor.
E, para fechar com chave de ouro, esse ainda é um amor que se renova continuamente, e pelas menores coisas. E cresce, mesmo quando parece que não pode crescer mais.
Então, parabéns a todos os fãs! Não só de Michael Jackson, mas de qualquer outro artista também! Sintam-se abençoados por poderem dizer "Eu sou fã de alguém!" Ter um ídolo a quem amar é uma das maiores bençãos que eu recebi (especialmente
esse ídolo! Rsrsrs).