"Dangerous"—Michael Jackson (1991)





"Eu era a pessoa mais assustada da terra, quando conheci Michael Jackson [risos]. Quando o conheci, ele espantou esse lado " *** " que havia dentro de mim ... literalmente. Eu estava em sua casa em uma sala em que estavam alojadas todas as suas realizações ( Prêmios , discos e etc ). Eu vi seus prêmios humanitários ... e coisas do tipo . E havia também um tabuleiro de xadrez no meio da sala. Então, eu fiquei tocando as peças, porque eram de ouro e platina. E quando eu coloquei minha mão sobre a primeira peça, Michael depositou a mão no meu ombro. E tudo que eu podia fazer era cair no chão. Tudo o que eu vi foi o sorriso de Michael, que me deixou mais à vontade, porque geralmente quando você está tocando coisas de alguém em sua casa eles olham para você de uma maneira engraçada, mas Michael apenas riu. Meu coração se acalmou, e chegou a hora de entrar em estúdio para trabalhar em Dangerous. Mas antes de toda essa experiência de trabalhar com Michael eu estava passando por uma grande transição na minha vida.

Como eu disse, eu perdi meu irmão e melhor amigo . Eu tinha passado por tanta coisa e tudo que eu queria fazer era produzir. Então, eu recebi uma chamada no meu celular de Michael Jackson! Ele está me dizendo que ele quer trabalhar comigo! Michael disse : 'Você pode estar aqui na próxima semana? "Essa foi a transição que ocorreu na minha vida , do fundo do poço ao nível mais alto, estava lutando e tinha voltado para os projetos . Eu estava indo de hotel para hotel. E você sabe o que me salvou na minha maneira de trabalhar com Michael? Estavam fazendo o remix para a música Jam. Lembro-me de estar em um hotel e Medina Benny (executivo influente da gravadora) me chamou . Ele disse algo como : 'Eu realmente quero que você faça este remix , porque eu quero que ele fique com uma batida bem urbana ...


Essa música salvou minha vida. Estou recebi $ 20.000 por esse remix. Eu pensei que iria me ajudar a pagar meu cartão de crédito, porque isso é tudo que eu tinha . Mas Benny me deu 75.000 dólares! Esse dinheiro trouxe a minha família de volta para Nova York. Eu estava pronto para ir com todos para New Jersey para um condomínio de três quartos simples. E foi mais ou menos nessa época que meu irmão Brandon foi baleado. Foi o que bastou pra minha cabeça entrar em desespero.

Trazer Michael de volta as suas raízes de" R & B ", era basicamente isso que eu faria. Eu não queria apenas ir para o pop, porque não foi isso que ele me chamou para fazer. Ele me chamou para que criássemos um novo estilo musical e então criamos o "Jack New Swing ". Isso é o que ele queria e foi isso que ele teve. Quando eu estava trabalhando em "Remember The Time" , ao mesmo tempo eu estava fazendo um remix de outras faixas em salas diferentes, e eu tinha que mostrar faixa por faixa para Michael. Eu estava no estúdio de som que funciona em Nova York , estávamos usando o estúdio Q-Tip que tinhamos o alugando. Quando eu lhe disse que precisava de um estúdio para trabalhar em músicas de Michael Jackson ele não quis acreditar, mais depois meio que zombando disse : " Oh Cara , tudo bem ".

Trabalhar com Michael era como ir para a faculdade. Ele basicamente me deu o mapa. Ele me ensinou sobre como realmente compor. Ele me ensinou todas as maneiras diferentes de trabalhar com Quincy Jones e Greg Phillinganes. Quando eu joguei meus demos para Michael, ele me parou na quinta canção, que foi "Remember The Time". Ele me levou para o quarto de novo e eu pensei que ia ser demitido. Eu pensei que tinha feito algo errado, mas era um acorde que não podia se locomover. Ele não sabia os acordes da igreja. O primeiro acorde que você ouve em "Remember The Time" foi retirado de uma música própria da igreja. Ele nunca começou suas canções dessa forma, e é por isso que ele me puxou na parte de trás, porque era muito incomum para ele.

Michael estava me testando para ver o que o acorde realmente era e o que ele significou para mim. E ele queria que "eu jogasse " a música no piano , e a montasse. Ele não estava acostumado com os acordes ' C 'aumentados. Eu poderia ter dito que introduzi os acordes do " Jack New Swing " para ele. Todas essas músicas eram grandes para trabalhar: "In The Closet", "Jam", "I Can't Let Her Get Away" ... isso é história para mim. Foi uma grande satisfação em ter feito parte de um álbum que vendeu mais de 30 milhões de cópias."



"Invincible"—Michael Jackson (2001)






"Mike e eu começamos o álbum Invincible, em Nova York. Foi quando Michael construiu um estúdio para mim no último andar de um edifício. O seu objetivo era que esse Studio fosse construído em uma cobertura em apenas duas semanas. Não estou brincando não. Fui para casa e Michael disse: ... o estúdio será construído em duas semanas. "Nós terminamos tudo em Miami.

Quando comecei a trabalhar em Invincible, uma das canções que se destacaram para mim foi "Whatever Happens". Ela veio de um artista que assinou com a minha gravadora. Nós iríamos contratá-lo, mas esse cara começou tropeçando. Então acabei indo para os escritores dessa canção e procurei saber se eu poderia produzir a música para Michael. Eles deixaram. Eu disse que queria uma orquestra de 40 peças para fazer cordas neste disco. E eu disse a Michael que seria ótimo ter Carlos Santana na música por causa das guitarras. Michael disse: 'Ok, vamos fazer isso acontecer. "Eu queria que 'Whatever Happens' fosse especial.

Mas tínhamos um problema. Santana não queria sair de casa naquele momento. Ele nos disse: 'Este é o tempo que tenho para dedicar a família. "Ele iria ficar muito tempo, seriam meses, para está com sua família. Por isso, qualquer coisa que teria de ser feito, seria feito em sua casa. Fomos para o estúdio de sua casa. Santana era um cara bom ... muito espiritual. E ele é um grande fã do meu ídolo Miles Davis. Esse cara tinha muitas performances em vídeo. No momento da guitarra de "Whatever Happens" Santana estava fazendo o assobio que se ouve. E Michael adorou. Lembro-me de seu entusiasmo sobre o registro. Ele disse: "Vamos mantê-lo!"

Então, estávamos trabalhando no álbum Invincible. Naquela época Michael e eu fomos para a Virginia. Senti como o seu respeito por mim era verdadeiro. Além de produzir, ele também se envolvia em questões políticas. Logo, passei a ter confusão com este álbum [risos]. Michael me responsabilizava por muitas coisas. Lembro-me que Tommy Motolla (chefe da Sony Music Entertainment, naquele momento) amaldiçoando-me e dizendo-me: 'Este será o fim de sua carreira, se você não entregar isto aos mestres! "Eu não tinha idéia de que Michael havia dito a ele que eu tive os mestres [risos]. Liguei para ele e disse: 'Meu Deus Michael ... você me colocou em apuros com Tommy Motolla. Você sabe quem é Tommy Motolla? Mas acabei ajudando Michael.

Michael estava chateado com os planos de marketing para o registro de Invincible. Eu ia ficar atrás de Michael e é isso que eu fiz. Para mim era um álbum que ia fazer os grandes números. Mas quando Michael viu os planos de marketing, ele me disse, 'Eu vou ficar surpreso se este álbum fizer apenas dois milhões. "Eles levaram o dinheiro de seu orçamento, também. Eu não me importava com mais nada. Eu só acreditava em Michael. "

"Michael"—Michael Jackson (2010)





"Se Michael estivesse ainda vivo, eu teria sido mais feliz com este álbum. Porque eu estaria recebendo os vocais reais ali. Eu tive que lidar com o que eu tinha. Eu meio que fui observado por algumas das coisas que eu disse sobre este álbum. Eu quero que as pessoas saibam que eu estava tentando trazer para esse projeto a voz de Michael. Não é que eu não acreditasse que era a voz de Michael sobre essas canções.
'Hollywood Tonight' realmente significava fazer Michael otimista e divertido novamente. Quando eu fiz essa canção, eu realmente senti Michael mais ainda. Eu senti mais o Michael nessa faixa, porque era como se eu estivesse segurando as lágrimas e segurando meu coração, tudo ao mesmo tempo. Quando eu ouvi Michael cantando essa música, fiquei muito emocionado.

Eu sentia o mesmo quando ouvi Michael cantando as músicas ('(I Like) The Way You Love Me' e 'Best of Joy »)."Essas músicas fizeram eu sentir como se Michael estivesse no meu quarto comigo.
Falando sobre Michael no dia de hoje, o tempo está realmente trazendo de volta tantas lembranças ... coisas que me fazem desejar que ele ainda estivesse aqui. Em um determinado momento, quando eu estava trabalhando no álbum em que Michael, não estava presente eu não deseja continuar, não queria e nem conseguia avançar, porque ele não estava comigo. Mas eu tinha que terminá-lo como se ele estivesse lá. Porém, era por ele. Era o seu legado."

Entrevista concedida à Revista VIBE em 13/03/12

Adorei o relato. O álbum Michael realmente foi um presente para nós. Pena que alguns fãs receberam de tão mau agrado.