Há cinco anos, em 25 de junho de 2009, a figura mais evidente da cultura popular contemporânea nos deixou depois de ter cravado o nome na história como o Rei do Pop.
Michael Jackson tinha 50 anos de idade quando morreu, e com batidas pop definitivas, danças e figurinos inovadores, contrapostos a uma vida de superexposição agressiva, cheia de paradoxos, deixou ensinamentos para, pelo menos, o próximo meio século.
Batidas pop
“Don’t Stop ’til You Get Enough”, “Billie Jean”, “Beat It”, “Thriller”, “I Just Can’t Stop Loving You”, “We Are the World”, “Bad”, “Black or White”. A lista de hits definitivos com a assinatura de Michael Jackson é infinita. Interpretações expressivas, recheadas de soluços e suspiros – com entonação singular – em meio a batidas contagiantes e dançantes fizeram dos discos de Michael verdadeiras cartilhas para a música que desejava ser pop a partir do fim da década de 1970. Desde então, todo o universo pop veio na rasteira dele.
Danças marcantes
Andar para frente e para trás ao mesmo tempo. Foi com o passo de dança moonwalkque o artista promissor se tornou celebridade. Durante o especial de 25 anos da Motown – que foi ao ar na NBC em 1983 –, Michael cantou a então nova música, “Billie Jean”, e durante a apresentação mostrou pela primeira vez o passo que se tornou marca. Além disso, as viradas bruscas e coreografias, que casavam com maestria com os ritmos pop, entraram praticamente para o DNA da humanidade.
Clipes superproduzidos
A possibilidade de juntar dança, figurino e música fez do videoclipe uma arma, utilizada por Michael Jackson como ninguém. Histórias como a de “Thriller” (talvez o clipe mais famoso de todos os tempos) e “Black or White” abriram portas para novas maneiras de se aproveitar o conceito de videoclipe. Roupas caras, locações inusitadas, dançarinos e cenas complexas engordavam a conta das produções em vídeo de Michael, colocando-os na lista dos mais caros de todos os tempos. Além disso, os clipes de Michael reuniram uma variedade de celebridades e grandes diretores (como Martin Scorsese e Spike Lee), e alguns deles passavam dos dez minutos de duração, como “Thriller”, com quase 14, e “Bad”, que bate os 18 minutos.
Figurino
Poucos artistas na história olharam com tanto carinho para roupas e figurinos. A sensibilidade artística para escolher o que e quando usar foi um dos recursos de Michael para ir além das canções. A criatividade do músico perfeccionista só seria completamente exercida se além de músicas e passos de dança, Michael também eternizasse seus figurinos no imaginário popular. Além da clássica combinação de luva e meia branca, o rei usou ternos com brilhantes, óculos escuros, calças e peças que se tornavam cada vez mais ousadas com o passar da carreira dele. Não é à toa que Lady Gaga não chega a ser tão chocante hoje em dia.
Engajamento político
A conturbada vida pessoal de Michael Jackson nem sempre é vista com simpatia, entretanto, o músico se provou preocupado com as causas humanitárias em diversas ocasiões ao longo dos anos (ele certamente não foi o primeiro artista a fazer isso, mas depois dele isso se tornou uma prática mais comum entre as celebridades). A segunda turnê de Michael, a Dangerous World Tour, aconteceu entre os anos de 1992 e 1993, tendo como objetivo arrecadar fundos para a Heal the World Foundation, criada pelo próprio Michael a fim de oferecer recursos para crianças carentes.
Popstar excêntrico
Sim, temos celebridades excêntricas aos montes hoje, mas nenhuma dela passou pelo que Michael passou. Tudo que cercava o artista pop definitivo fazia dele uma figura quase mítica, irreal, acima de todos os mortais. Michael queria tudo ao mesmo tempo, tinha uma vontade incessante de ser maior que todos. Ambição que ia além do personagem épico dos clipes e se estendia à figura pessoal do Rei. Michael reinventou a mídia, fez da própria vida um reality show. Não dava um passo sem ser registrado. E o que teve como trunfo, no fim da vida, foi justamente o que lhe degradou. Tornou-se uma caricatura dele mesmo, trocou as luzes dos palcos pelos flashes dos paparazzi, sofrendo da superexposição agressiva de que gozava.
Herdeiros
É impossível não considerar que todo músico pop atual é influenciado, de alguma maneira, pela carreira de Michael Jackson. Entretanto, alguns artistas parecem ter absorvido de maneira mais intensa a obra de Michael. Além de ter aprendido a usar dança e figurino para criar clipes icônicos, Lady Gaga não esconde a admiração pelo Rei. Há dois anos, ela chegou a comprar 55 itens do figurino de Michael em um leilão, gastando centenas de milhares de dólares. Musicalmente, Justin Timberlake tem uma afeição grande pelas batidas de Michael, assim como pela voz do rei. Recentemente, no álbum póstumo de Michael, Xscape, Timberlake participou da música “Love Never Felt So Good”.
Fonte: Rolling Stones e newspressrelease