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Entrevista à USA Today (2001)

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Neila Jackson

Neila Jackson
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MensagemAssunto: Entrevista à USA Today (2001) Entrevista à USA Today (2001) Icon_minitimeTer Abr 05, 2011 9:34 pm

Usa Today, 1º de Novembro de 2001
Por: Edna Gundersen


BEVERLY HILLS — As primeiras palavras de Michael Jackson parecem começar um calmo diálogo. “Perdoe a minha pele,” comenta “venho direto do dermatologista. Faça com que não note”.

Essas instruções são difíceis de obedecer quando está conversando com a figura mais retraída do Show Business, especialmente aquele cujas excentricidades incluem usar disfarces em público e uso de muita maquiagem frente as câmeras. Jackson usa pouca maquiagem hoje, fala figuradamente, a máscara nunca desaparece por completo.

O que foi programado como uma entrevista sem barreiras, é as vezes interrompida por duas pessoas que preferem manter o fio da entrevista sobre a arte de Jackson, apesar de que nos asseguraram os executivos da Epic que teríamos um acesso sem interrupções. Todos os temas foram declarados jogo limpo exceto “o caso de pedofilia”. O acordo com o garoto de 13 anos que denunciou inocente em 1993, que proibe as partes envolvidas em discutir detalhes do caso. Jackson que desmentia as acusações com veêmencia nessa época não se refere mais ao assunto desde então.

Esse tema não é abordado durante a entrevista. Assuntos menos escandalosos - suas ex-mulheres, sua odisséia com a cirugia plástica, e incluindo temas de que ele mesmo já tratou no passado, são limitados quando surgem na entrevista.

Jackson se mostra nostálgico sobre seus amigos famosos. "Frank Sinatra vivia próximo da gente. Sempre via a gente jogando basquete todos os dias. E Fred Astaire vivia na esquina. Tive oportunidade de conversar com ele, aprender e escutar. Eram momentos dourados. Quando tinha 16 anos, atuávamos em Las Vegas todas as noites e Elvis e Sammy Davis Jr. sentavam nas primeiras filas para me ver e aos meus irmãos e nos davam lições. “Nunca usem drogas” diziam. Nunca esqueci disso.

Lembro de seu vício aos analgésicos, Jackson fica quieto. Seu manager Trudy Green, que vigiava a entrevista junto com o executivo da Epic, Steve Einczig, o proibe de responder, apesar disso, ele confessa que faz quase uma década que ele foi um viciado e que o confessou na televisão.

Ele interrompe de novo quando falamos de Debbie Rowe, que deu a Jackson dois filhos durante seu casamento de 1996 a 1999. Parece que só ele tem a custódia de Prince, de 4 anos e Paris, de 3 anos, suas companhias constantes. Perguntado pelos persistentes rumores de que o casamento foi um acordo para ter herdeiros, Jackson fica em silêncio.

Vale lembrar que o artista é requesitado devido a obssessão da vida de Jackson fora do palco. Se ele estivesse de acordo em entrar nas áreas pessoais, Jackson lamenta “isso acabaria virando tema de toda a entrevista”.

"Invincible", editado em 30 de outubro, entrou como número 1 da Billboard vendendo 366.000 cópias, umas 25.000 a mais que quando foi lançado HIStory em 1995. O disco entrou na rádio pegando forte com "You Rock My World" e "Butterflies" mas saiu do Top 10 depois de quatro semanas apesar de sua auto-promoção que incluiu a transmissão do 30th Anniversary Special. O especial de duas horas que transmitido pela CBS estava composto por dois concertos em Nova York recopilando seus 30 anos como artista solo e chegou a uma audiência de 25.6 milhões de espectadores, prova de que Jackson segue sendo objeto de admiração.

Hoje não é diferente. Curiosos do Beverly Hills Hotel tentam ver Jackson enquanto tentam deixar o corredor livre e ele se mete rapidamente em um bungalow, seu rosto está debaixo de um chapéu, usa óculos escuros e uma máscara preta. Necessita de 40 minutos para “ se ajeitar” como disse Green.

Finalmente preparado para a entrevista, Jackson recebe seu visitante com um aperto de mãos, um sorriso tímido. A maquigem parece esconder a maçã do rosto e linha da mandíbula. Seus olhos castanhos estão escurecidos, a profundidade das linhas de seus olhos são a sombra dos vestígios de seu tom de pele original. Vitiligo, uma desordem que se caracteriza pela perda de pigmento na pele, deixou a maior parte do rosto e das mãos pálidas. Tem uma venda em seu pequeno nariz. Não dá explicação e perguntas posteriores sobre a condição de sua pele são rechaçadas por Green.

Alto e magro, Jackson usa um cascaco marrom, camisa vermelha e calças além de seus característicos sapatos e meias brancas.

Sentado em uma cadeira num quarto com luz fraca, Jackson parece relaxado e descansado. É generoso falando de seus colegas. Ele gostou da versão que Alien Ant Farm fez de "Smooth Criminal", incluindo o video com referências a Jackson. Seus olhos se arregalam quando fala de seus próximos projetos no cinema, especialmente em co-dirigir um filme com o diretor e ator Bryan Michael Stoller em maio. Ri sobre o medo que tem de terremotos e fica mal-humorado ao falar de seu pai dominante e toma força para falar das teorias da sua infância e sua eterna conversa entusiásmática sobre parques de diversões e brincadeiras.

Jackson irradia uma auto-confiança inabalável sobre suas habilidades musicais e se irrita somente quando fala sobre a pressão da mídia. Um momento raro na entrevista, foi quando Michael quis fazer desse encontro para enfatizar uma mensagem que com freqüência é deturpado pela imprensa.

"Tudo o que estou dizendo é que se cure o mundo, salvar nossas crianças”- diz.

Jackson se mostra agressivo com a atenção dos meios de comunicação, ainda que permaneça frustrado pelo nível de desprezo e especulação dirigida contra ele. Isto é um rancor que conseguiu ao subir ao trono do estrelato mas que por geral mantêm uma voz doce.

"O objetivo é conseguir o maior número de pontos, é a natureza humana"

Como fez em "Leave Me Alone" e "Tabloid Junkie", Jackson condena a má imprensa na canção "Privacy" de "Invincible".
Flanqueado pelas suas carabinas, Jackson afronta as perguntas com uma genial resignação e sem rastro de nervosismo.

Como responde aos artigos inexatos sobre você?

MJ: Não dou atenção. Os fãs sabem que o que os tablóides são uma ***. Sempre dizem para mim “Vamos queimar os tablóides” Já vi gente vir até mim e depois de me conhecer, começar a chorar. Pergunto “porque choras?” Me respondem “Porque pensava que era uma má pessoa, mas é uma pessoa maravilhosa” Digo “Quem lhe fez ter essa impressão?” Me dizem que pelo o que já leram. Lhes digo “Não acredite no que lê”.

Persistem os rumores, porque você não os contradiz?

MJ: Não. Já fiz muito isso no passado. Protagonizei a entrevista mais assistida da história da televisão com a Oprah Winfrey (em 1993). Mas a mídia quer deturpar tudo o digo e fazem seus julgamentos. Quero me manter na música e na arte. Penso nas muitas pessoas que admiro. Se pudesse estar frente a frente com Walt Disney ou Miquelângelo, me importaria em saber das suas vidas privadas? Quero saber tudo sobre a sua arte. Sou um fã.

Como você vê a você mesmo sendo ferido pelas críticas?

MJ: Ansioso, sabendo que tudo pode acontecer e sendo invencível, sendo o que acredito o que devo ser. Tem que se manter com um punho de ferro, não importa qual seja a situação.
Os críticos fazem referência a você como o autoproclamado Rei do Pop. Você se elegeu com esse título?

MJ: Nunca me autoproclamei nada. Se pudesse chamava a Elizabeth Taylor agora mesmo, ela lhe explicaria como ela fez a frase. Ela estava me apresentando, creio que no American Music Awards e ela disse nas suas próprias palavras -nem sequer estava no roteiro- "Pessoalmente sou uma fã e na minha opinião, ele é o Rei do Pop, Rock e Soul” Então a imprensa começou a dizer “Rei do Pop” e os fãs começaram a me chamar assim. Isso de autoproclamado é mentira. Não sei porque dizem isso.

Os concertos de Nova York marcaram seu primeiro show nos EUA em 12 anos. Estava nervoso?

MJ: Não. Foi uma honra voltar a me reunir novamente com meus irmãos. O produtor queria uma enorme presença de artistas de diferentes campos. Foi uma grande honra tê-los ali em minha homenagem. Foi uma ocasião emocionante, feliz e divertida.

Você considera fazer uma turnê com seus irmãos?

MJ: Não acredito. Definitivamente gravarei um disco com eles, mas não faremos uma turnê. Eles adorariam fazer uma turnê. Mas quero me mover em outros campos. Fisicamente uma turnê exige muito. Quando estou no palco, é como uma maratona de duas horas. Me peso antes e depois de cada concerto, perco 5 quilos. O suor está por todo o cenário. Então chega ao hotel e sua adrenalina está no ponto máximo, não consegue dormir. E tem outro show no dia seguinte. É duro.

Se não faz turnê, como vai satisfazer a demanda do público e a sua necessidade de atuar?

MJ: Quero dirigir um especial sobre mim e fazer canções especiais para mim. Quero fazer algo íntimo, com a alma e o coração, só com um foco de luz.

Como reagiu quando "Invincible" chegou ao 1º lugar nas listas de vários países?

MJ: Foi um sentimento bonito. Chorei com lágrimas de felicidade ao ver todo esse amor.

Fazer Invincible levou vários anos. Você freou seu perfeccionismo nesse processo?

MJ: Tivemos que retardar um pouco porque nunca estou contente com as canções. Escrevi um monte de temas, tirei, escrevi mais. As pessoas dizem“está maluco? Essa é a que deveria ir no disco”. Mas eu digo“é melhor do que essa outra?” Tem somente 75 minutos em um CD e tem que explorar ao máximo esse limite.

Você fez Invincible com um só tema na cabeça?

MJ: Nunca penso nos temas. Deixo que a música se crie sozinha. Quero que seja uma misutra de todos os tipos de sons, toda classe de cores, algo para todo o mundo, desde um fazendeiro na Irlanda até uma senhora que limpa casas no Harlem.

É para você mais fácil escrever canções com o tempo?

MJ: É o que requer mais esforço porque não tem que fazer nada. Odeio dizer assim, mas é verdade. O céu deixa cair no seu colo, totalmente. As melhores peças vem dessa forma. Pode ficar no piano e dizer, “OK, vou escrever a melhor canção que jamais tenha feito” e nada. Mas posso estar caminhando pela rua ou tomando banho ou jogando e boom, golpeia a cabeça. Tenho escrito muito sobre isso. Estou jogando em uma máquina de pinball e tenho que correr escadas acima para tomar meu pequeno gravador e começar a ditar. Ouço tudo em sua tonalidade, como vão ser as acordes, o que vai fazer o baixo, tudo.

É difícil transcrever esse som para o gravador?

MJ: É frustrante. Na minha cabeça, está completa, mas tenho que transcrever para uma fita. É como dizia Hitchcock "O filme está terminado". Mas todavia tem que começar a dirigí-la. Com a canção é a mesma coisa. A vê inteira e então a interpreta.

Depois dessa larga ausência, tem dúvidas sobre a sua atual relevância?

MJ: Nunca. Confio nas minhas habilidades. Sou realmente perseverante. Nada pode me parar quando ponho a minha mente no que quero fazer.

Depois do 11 de setembro, escreveu uma canção beneficiente, What More Can I Give, como ela está ?

MJ: Não está terminada. Estamos chamando mais artistas, por agora estou ficando satisfeito com a instrumentação.

Acredita que a música é uma ferramenta para curar?

MJ: É uma terapia que vem da alma. É terapêutica. É algo que nosso corpo necessita ter, como a comida. É muito importante entender o poder da música. Ainda que esteja em um elevador ou em uma loja, a música afeta a forma como você se comporta, a forma como trata seu vizinhos.

(Prince mostra a Jackson um desenho. "Eu gostei" - diz Jackson "Você precisa ir ao banheiro? "Não" - diz Prince.)

Invincible não bateu recorde de vendas. "Thriller" é uma sombra enorme?

MJ: Absolutamente. É difícil porque estou competindo comigo mesmo. "Invincible" é tão bom ou melhor que "Thriller", na minha verdadeira e humilde opinião. Tem muito a oferecer. A música é o que vive e o que perdura. "Invincible" vem tendo um grande êxito. Quando “O Quebra Nozes” foi apresentado ao mundo, foi uma bomba. Que importa como acabou a história?

(Prince volta com outro desenho. "Que me prometeu?" pergunta Jackson. "Que você ficaria quieto?" Prince responde, e volta)

O que a paternidade mudou em você?

MJ: Em muitas coisas. Tem que valorizar seu tempo de uma maneira diferente, não o duvide. É sua responsabilidade assegurar que esteja preocupado e criando os filhos com boas maneiras. Mas não quero deixá-los tomar o caminho da música, a dança ou atuações. Tenho que jogar dois papéis diferentes. Sempre quis ter uma família grande, desde que estava no colégio. Sempre dizia ao meu pai que eu o superaria. Eles tiveram 10 filhos. Gostaria de ter 11 ou 12.

O que quer ensinar para seus filhos?

MJ: Tento estar seguro de que sejam respeitosos, honrados e educados com todo mundo. Digo que façam o que façam, o façam bem. Em tudo que forem fazer na vida, que sejam os melhores.

(Prince fica de frente a Michael. "Para de olhar para mim" diz Jackson sorrindo.)

E você, aprendeu com eles?

MJ: Muito. (A paternidade) faz com que você se lembre do que a Bíblia nos diz. Quando os Apóstolos discutiam sobre quem era o maior ante os olhos de Jesus, ele disse “nenhum de vocês” e chamou uma criança e disse “até que sejem humildes como esta criança” Você se lembra que deve ser educado e amável e ver as coisas com os olhos de uma criança, com a expressão infantil. Eu todavia a mantenho. Estou ainda fascinado pelas nuvens e o pôr do sol. Ontem estava fazendo pedidos ao arco íris. Vis as chuvas de estrelas. Fiz um pedido cada vez que via uma estrela cair.

Quais são os seus desejos?

MJ: Paz e amor para as crianças. (Prince volta, movendo-se nervosamente “Para” - diz Jackson, segurando gentilmente a cabeça do filho, “Pode ficar quieto?”)

Você tem falado de seu plano de escolarizar seus filhos em casa. Dada a sua fama, poderá dar a eles uma vida normal?

MJ: Faço o melhor que posso. Não posso afastá-los de outras crianças. Haverá outras crianças no colégio de Neverland. Deixarei que eles saiam ao mundo. Não podem ir sempre comigo. Podemos ser atacados. Quando estivemos na África, Prince viu uma invasão de fãs em um grande shopping. As pessoas começaram a quebrar as coisas, corriam e gritavam. Meu maior medo era que os fãs ficassem feridos e alguns ficaram. Vi vitrinas quebradas, sangue e ambulâncias.

Você fica ressentido da fama ter roubado a sua infância?

MJ: Sim. Não é raiva, é dor. As pessoas me vêem em um parque de diversões ou com outras crianças me divertindo, e não param para pensar “ele nunca teve a oportunidade de fazer isso quando era pequeno” Nunca tive a oportunidade de fazer as coisas divertidas que outros crianças faziam: festas de pijamas, festas, verdade ou conseqüência. Não tive natal nem férias. Assim, agora tento compensar algo daquele tempo perdido.

Você já fez as pazes com seus pais?

MJ: Está muito melhor. Meu pai é uma pessoa melhor agora. Acredito que se deu conta que seus filhos não são tudo. Sem sua família, não tem nada. É um bom ser humano. Um tempo atrás ficava horrorizado só ao vê-lo. Mudou muito e para melhor. Tenho desejado que não tivesse sido tão tarde.

Ele ofereceu a música como uma fuga para seus problemas infantis?

MJ: Claro. Cantávamos em casa continuamente. Cantávamos harmonias de grupo enquanto lavávamos pratos. Fazíamos canções enquanto trabalhávamos. Isso é o que o fez ser grande. Tem que sofrer essa tragédia, essa dor para se dar conta. Isso é o que faz ser grande a um palhaço. Pode ver que está ferido atrás da sua máscara. Tem algo a mais externamente. Chaplin fez isso de maneira bela, melhor do que ninguém. Eu posso interpretar esses momentos também. Estou por detrás do fogo cruzado muitas vezes.

(Prince volta. Se inclina contra a cadeira para chegar até ele. “Para de me olhar” implora Jackson, claramente nervoso depois do exame minucioso do filho. “Não está facilitando as coisas”. Jackson o adverte “Pode ser que ganhe um doce”)

Você já teve algum conflito religioso com suas crenças e a natureza sexy da sua música e da sua dança?

MJ: Não. Canto sobre as coisas que são encantadoras, se as pessoas interpretam isso como coisa sexy, é coisa delas. Nunca uso palavras que soem mal como muitos dos rappers. Eu gosto e respeito o trabalho deles, mas acredito que devem ter mais respeito com os pais, com as mães, com as pessoas mais velhas. Se fizesse uma canção com palavras grosseiras e visse uma senhora entre o público me sentiria mal.

Mas e seus movimentos onde você toca a virilha?

MJ: Começei isso em "Bad". Martin Scorsese dirigiu esse short film no Metrô de Nova York. Deixei que a música me disesse o que deveria fazer. Recordo dele dizendo, “Foi uma grande tomada! Quero vê-la” Assim que rebobinamos a fita e disse “aaaah!!” não acreditava que eu estive fazendo aquilo. Então todos começaram a fazer, e a Madonna também. Mas não acredito que tenha conotação sexual.

Como passa seu tempo livre nesses dias?

MJ: Gosto de fazer coisas tontas, guerras de bombas de água, guerra de tortas, de ovos. (Olhando para Prince) Pronto terá uma boa! Não acredito que quando cresça tenha que deixar de fazer. Na minha casa, construí um forte para jogar a guerra das bombas de água com duas partes, uma equipe vermelha e a outra é a equipe azul. Temos regras para a distância para disparar a água e lançadores para os balões. Temos pontes e locais para nos esconder. Eu adoro.

Depois de 38 anos no show business, os fãs ainda lhe perseguem. Você é imune a adulação?

MJ: Sempre é um bom sentimento. Nunca me canso disso. Nunca o tomo como orgulho ou pensando que sou melhor que meu vizinho ao lado. Ser amado é algo maravilhoso. É a razão principal para fazer o que faço. Me sinto orgulhoso de dar as pessoas esse sentimento de escapismo, um truque para os olhos e ouvidos. Acredito que essa seja a razão pelo que estou aqui.

Por que acredita que as pessoas estão invejosas?

MJ: Se olha por detrás da história, é o mesmo com todo o mundo que consegue coisas maravilhosas. Sei que a família Disney e as filhas de Walt diziam para mim o quanto era difícil ir para a escola. As crianças diziam “Odeio Walt Disney. Não tem nada de divertido. Não vemos nada do que ele faz” Os filhos de Charlie Chaplin, a quem conheço bem, tiveram que tirar seus filhos do colégio. Sempre diziam “Seu avô era um idiota. Ele não tinha a menor graça. Não gostamos dele” Era um gênio! Assim que tem que viver com esses invejosos. Acreditam que assim eles lhe ferem. Nada pode me ferir. Quanto mais famoso é, maior alvo você se tornará. Ao menos falam de você. Quando deixam de fazê-lo, então tem com que se preocupar.

Como você lida com as exigências físicas de seus concertos no Madison? Faz exercícios?

MJ: Odeio fazer exercício. Odeio profundamente. A única coisa que faço é dançar. É um exercício. Por isso gosto de karatê e de kung fu. Tudo é dança. Mas esse negócio de ficar em cima, em baixo? Eu odeio.

Você se sente intimidado por algum dos artistas no concerto?

MJ: Não. Me diverti vendo as atuações. Tudo é uma aprendizagem para mim. Nunca deixo de aprender. Realmente me inspirou.

Você gosta mais da música moderna ou da antiga?

MJ: Eu gosta da época antiga. Tem mais melodia. Hoje as pessoas se conformam com o ritmo, coisa que é bom, mas sempre digo que a melodia sempre reinará.

Você juntou uma grande equipe com vários músicos. Que lhe atrai em um colaborador particular?

MJ: Se vejo potencial nas suas habilidades como artista ou músico, lhe dou um refrão ou uma linha ou frase e vejo como toca ou executa. As vezes tiramos todo o dia e ainda assim não fica bom.

Aprendeu isso com seus pais?

MJ: Nossos pais nos ensinaram a ser sempre respeitosos e sem importar no que fôssemos fazer, dar de tudo naquilo que se faz. Ser os melhores, não os segundos melhores.

Habitualmente está sendo perseguido pelos fãs. Alguma vez você temeu pela sua própria segurança?

MJ: Nunca, jamais. Sei exatamente que fazer quando a coisa fica feia, como jogar com eles. Todo o tempo que podem lhe ver, eles ficam loucos, mas você pode ficar no olho do furacão. Se você se esconde, e não conseguem lhe ver, eles se acalmam.

Seu círculo mais próximo de amizades parece consistir em pessoas muito jovens ou pessoas bem mais velhas. O que liga você a pessoas como Marlon Brando ou Elizabeth Taylor?

MJ: Temos tido as mesmas vidas. Eles cresceram no mundo do espectáculo. Nos olhamos e é como se nos olhássemos em um espelho. Elizabeth tem a sua pequena criança dentro dela já que não teve infância. Estava nas filmagens todos os dias. Ela gosta de jogar coisas novas e isso a inspira. É um grande ser humano. Igual que Brando.

Que aconteceu com seus planos para construir parques de diversões na Europa e na África?

MJ: Todavia estamos trabalhando em vários projetos. Não posso dizer para você onde será. Adoro os parques de diversões. Adoro ver as crianças irem juntas, passando esse tempo com seus pais. Não é como ir com seus filhos colocá-los nos brinquedos e ficar sentado nos bancos comendo amendoim. Agora você se diverte com eles. É isso que constroi a unidade da família.




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