O médico de Michael Jackson, acusado de ter causado a morte do cantor com um poderoso anestésico, integra um pequeno, porém crescente número de médicos que enfrentam acusações na Justiça criminal em razão de o governo norte-americano estar coibindo o excesso de receitas de drogas que viciam.
Overdoses fatais de analgésicos receitados mais do que triplicaram nos Estados Unidos de 1999 a 2006, passando a 13.800, segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças. Consequentemente, mais médicos estão na mira dos promotores à medida que Estados como Flórida e Geórgia confrontam o abuso crescente na prescrição de drogas. Processar médicos é visto como mais eficiente do que processar seus pacientes.
Houve mais de duas dezenas de casos criminais relatados contra médicos por tratamento inadequado nas duas décadas de 1981 até 2001, segundo uma pesquisa de James Filkins, médico e advogado que escreveu sobre a instauração de processos na categoria.
Replicando a pesquisa de Filkins, a Reuters juntou 37 casos criminais na década de 2001 a 2011, sendo os mais recentes contra médicos que receitaram de forma exagerada analgésicos e outras substâncias controladas. A agência que cuida dos medicamentos nos EUA, a DEA, sugere uma tendência similar. Em 2003 ela relatou a prisão de 15 médicos, as quais resultaram em condenações. Em 2008, o último ano com dados, o número havia saltado para 43.
Casos de negligência médica costumam ser tratados em cortes civis, onde a vítima ou parentes da vítima busca indenizações dos médicos. No caso do médico de Jackson, Conrad Murray, os promotores alegam que sua negligência foi tamanha que ele deveria ser culpado por homicídio involuntário e punido com prisão.
Fonte: Terra notícias