Quatro anos após a morte de
Michael Jackson, Conrad Murray resolveu falar. De dentro da prisão, para onde foi enviado após ser
condenado por homicídio culposo em 2011, o médico do cantor se defendeu
das acusações em uma entrevista para o canal americano CNN. Durante a
conversa, exibida no programa
Anderson Cooper 360°, ele se declarou um
“bode expiatório”.
— Ninguém se responsabilizou por
nada do que fez a ele, mas porque eu estava no lugar errado e na hora
errada, estou aqui [na prisão] — disse.
O cantor morreu na manhã de 25 de junho de 2009, depois de ter passado a noite insone. No dia,
Murray foi à casa de
Jackson para receitar-lhe sedativos. O médico legista que fez a autópsia do Rei
do pop determinou que a causa do óbito foi a combinação letal entre
sedativos e o anestésico cirúrgico Propofol.
Murray admitiu que aplicou uma injeção de Propofol no cantor. Ele justificou a atitude dizendo que
Jackson implorou pelo remédio.
— Por volta de 10h40m daquele
dia, depois de ele pedir chorando, eu aceitei aplicar uma injeção lenta
de 25 miligramas. Era muito doloroso ver aquele homem prestes a perder
todo seu potencial, seu império e sua fortuna — contou.
Em toda entrevista, o médico garantiu ser
inocente. Ele afirmou que embora sua conduta não tenha sido ortodoxa,
suas intenções eram boas. Ele chegou até a cantar “Little bot that Santa
Claus forgot”, música de
Nat King Cole, para demonstrar seu amor pelo cantor.
— Tudo que fiz foi tentar ajudar
um amigo que encontrei em um estado devastador. Por isso, fiz tudo que
era possível para auxiliá-lo. Não foi uma tarefa fácil, mas eu não
desisti do meu amigo — finalizou.
A família do artista está processando a AEG Live empresa que promoveria os shows do astro, por ter contratado
Murray. A companhia, contudo, afirma que o médico foi escolhido pelo cantor. Os
advogados de defesa também alegam que ninguém poderia prever que o
médico receitaria injeções de Propofol. Os valores do processo giram em
torno de US$ 40 bilhões.
Fonte: O Globo